
Jorge Viana esclarece ainda que a taxa de ressocialização bem sucedida do sistema socioeducativo é de 80% (ou seja, apenas 20% dos que passam pelo sistema reincidem e voltam), ao passo que a do sistema carcerário é de meros 20% (ou seja, 80% dos que habitaram as cadeias para lá retornam em algum momento). Diante disso, Viana propõe um “ponto de equilíbrio” entre a necessária aplicação de uma medida estatal que seja proporcional à gravidade dos delitos cometidos, de um lado, e, de outro, a preservação de uma normatividade bem concebida e eficaz em seus propósitos.
— Sabemos que o sistema socioeducativo tem falhas e que há adolescentes infratores patologicamente violentos, cuja ressocialização é bastante difícil, ou mesmo improvável. Mas sabemos, também, que o sistema socioeducativo é extremamente mais eficaz do que o sistema penitenciário na sua função ressocializadora — argumentou Jorge Viana.
A relatora, senadora Marta Suplicy (sem-partido-SP), apoiou o projeto e propôs uma emenda determinado que o Sistema Nacional de Segurança Pública ( SINASP) obtenha e recolha dados sobre a idade dos autores de delitos ao longo dos próximos cinco anos:
— O fato é que não sabemos exatamente as dimensões do problema que nos compete responder e legislar. A maioria das informações que está à disposição chega por meio de jornais e de televisão e de forma sensacionalista. Devemos uma satisfação à sociedade — justificou Marta.
Audiências públicas
A CDH aprovou ainda requerimentos para realização de audiências públicas. Deverão ser debatidos os seguintes temas: perseguições contra praticantes de religiões de matriz africana, candomblé; o incêndio na Boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, em 2013; as circunstâncias do assassinato de Antonio de Araújo, sob tortura, ocorrido em Planaltina-DF, que ficou conhecido como o caso “Amarildo do Distrito Federal”.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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