O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje a maneira como os suspeitos de envolvimento em fraude no Ministério do Turismo foram tratados pela Polícia Federal (PF) na Operação Voucher, deflagrada na terça-feira, 9. Lula considerou que é inaceitável que 'uma pessoa que tenha endereço fixo, RG, e CIC' seja presa como se fosse um bandido qualquer, com o uso de algemas. 'Não se pode expor pessoas inocentes', afirmou.
Para Lula, as autoridades precisam ter responsabilidade. 'Na medida em que você coloca a cara de uma pessoa no jornal, sendo presa e algemada e, no dia seguinte provam que ela é inocente, é preciso que exista alguém com coragem de vir a público pedir desculpas', disse. Ele cobrou que os envolvidos na Operação Voucher venham a público se desculpar.
Mas o ex-presidente evitou responsabilizar a PF, como instituição, pelos abusos. 'Obviamente, pode ter um policial federal que extrapolou o bom senso da sua atuação', disse. 'A PF é uma instituição da maior responsabilidade. A gente não pode julgar uma corporação por um equívoco de um delegado ou de um funcionário', argumentou.
A Operação Voucher foi criticada também ontem pelo vice-presidente da República, Michel Temer, em solenidade na capital paulista. Temer disse ter ficado 'chocado' com a ação que prendeu 35 pessoas do Ministério do Turismo, investigadas por suspeita de desvio de recursos públicos para ONGs. O presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, criticou também o que julgou 'excesso' da PF e o comportamento do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. 'A informação que chegou até nós foi a de que o ministro só foi informado na última hora, quando a Operação já estava acontecendo o que é uma coisa muito difícil de acreditar', criticou em evento ontem.Por GUSTAVO URIBE, estadao.com.br, Atualizado: 12/8/2011 19:04
Nenhum comentário:
Postar um comentário