Perfil foi criado para denunciar os alunos que supostamente fraudaram o processo de ingresso pelas cotas raciais
O perfil, que já foi excluído, divulgou, na última quinta-feira, 04, uma série de fotografias de estudantes que, para terem acesso a um curso superior na UFS, se autodeclararam negros, pardos ou indígenas, no cadastro do Sisu, embora as características físicas aferíveis mostrem que se tratam de pessoas brancas. A maioria dos denunciados cursavam Medicina nos campus de São Cristóvão e Lagarto.
Além da cor da pele, o perfil também denunciou os estudantes que declararam ter renda mínima abaixo de 1,5 salário mínimo por família, categoria que dispõe de cota de vagas para o ensino em universidades públicas, seguido por fotos dos mesmos comprovando que estes tinham renda superior a declarada. Para se ter uma ideia, um dos denunciados chegou posar para foto em um dos parques da Disney, nos Estados Unidos.
Após as denúncias, que foram publicadas ao longo do dia de ontem, a UFS emitiu uma nota informando que o assunto será levado a Comissão de Heteroidentificação de Ingressantes Pretos, Pardos e Indígenas (PPI), e que “os denunciados, caso seja necessário, se apresentarão à Comissão para verificação da denúncia e, após, um relatório técnico conclusivo será encaminhado ao MPF, que adotará medidas junto ao Poder Judiciário”.
Todos os candidatos aprovados em cotas no vestibular 2020 para o campus Lagarto passarão por avaliação da Comissão de Heteroidentificação
“Todos os candidatos aprovados em cotas para PPI, no Vestibular 2020 do Campus de Lagarto, estão obrigados a passar por avaliação da Comissão de Heteroidentificação de Ingressantes, conforme itens 2 e 5 do Edital nº 09/2020/PROGRAD, o que invalida a necessidade de denúncias antes do resultado das análises”, completou a UFS em nota.
Fraudar as cotas pode gerar processos cível e criminal
MPF contabilizou, ao menos, 11 denúncias de supostas fraudes em cotas raciais da UFs
Fraudar as cotas, de acordo com o Ministério Público Federal, pode resultar em processos cíveis, para a perda da vaga, e em processos criminais, quando comprovada a conduta dolosa do investigado. Além disso, é importante frisar que a Comissão de Heteroidentificação foi criada na UFS a pedido do MPF em Sergipe, justamente para garantir que as vagas reservadas às cotas raciais atendam às populações de pretos, pardos e índios, a fim de democratizar o acesso à universidade pública.
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