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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Em pacto por cargos e ministério, Centrão raiz deve fechar com Bolsonaro, constituindo frente à uma possível abertura de processo de impeachment

Qua , 29/04/2020 às 19:33 | Atualizado em: 29/04/2020 às 19:49
Raul Aguillar

Um parlamentar baiano e amigo pessoal do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), que não quis se identificar, confirmou ontem que o Partido Liberal (PL) e o Partido Social Cristão (PSC) tinham fechado o apoio ao presidente da República. “O PL e o PSC fechou com o presidente”, festejou o político.
A aposta de Jair Bolsonaro é conquistar o chamado centrão raiz, que, além de PL e PSC, é formado pelo Republicanos, Partido Progressista (PP), Partido Social Democrático (PSD) e Solidariedade e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O Democratas e o Partido da Social Democracia (PSDB), por conta de posicionamentos de suas lideranças contra ações do presidente da República, não teria “clima” para apoiar o presidente.
“A chance do PSDB e do Dem fechar com Bolsonaro é zero. O PSDB por conta do governador de São Paulo João Dória (PSDB) e o Democratas por conta das divergências entre Maia e o Bolsonaro, e pelos posicionamentos de ACM Neto (DEM)”, revelou outro parlamentar do Centrão, que também pediu para não ser identificado.
O parlamentar explica que o acordo de Bolsonaro com PL, PSC, PP, PTB, Republicanos, PSD e Solidariedade passa pela seção de cargos no governo federal, recriação de ministério e apoio do presidente à um dos nome do Centrão à Presidência da Câmara dos Deputados.
“O martelo ainda não foi batido por conta de uma divergência entre o PP e o Republicanos quanto ao apoio do presidente da República à Presidência da Câmara dos Deputados. Bolsonaro apoia o nome do deputado federal Marcos Pereira (Republicanos), presidente nacional do partido, enquanto o PP não abre mão de indicar ao cargo o deputado federal Arthur Lira (PP), que é líder do partido na Câmara. Com o apoio desses partidos o presidente arremata a fina flor do Centrão, conseguindo mais de 200 deputados e assim liquidando a possibilidade de impeachment”, afirma o político.
O Centrão, formado pelos partidos o PSL, PL, PP, PSD, MDB, PSDB, Republicanos, DEM, Solidariedade, PTB, PROS, PSC, Avante e Patriota, conta com 221 deputados federais. Para evitar a abertura de um processo de impeachment o presidente Jair Bolsonaro precisaria de um terço da Câmara, 171 deputados. Uma das fonte consultadas afirma que o presidente espera contar com o mínimo necessário, para evitar o “toma lá dá cá entre partidos”.
Informação de bastidores dão conta que, na divisão dos cargos, o Republicanos ficará com uma secretaria Ministério do Desenvolvimento Nacional. O PL deve ficar com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o Solidariedade deve ganhar a gestão do Porto de Santos e o Progressista do Fundo nacional desenvolvimento da educação. A situação do PTB é a mais complicada, o líder do partido, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, deseja a recriação do Ministério do Trabalho (MTb). A recriação do MTb enfrenta forte onde de resistência no núcleo duro Bolsonarista, que festejou o fim da pasta, e que questiona também o aumento de custo que a pasta trará. Segundo fontes próximas ao Palácio do Planalto, Bolsonaro estaria tentando outros caminhos para o PTB, que não passe pela recriação do ministério.
Sem acordo com Bolsonaro
O deputado federal Charles Fernandes (PSD) confirmou que foram oferecidos ao PSD o controle da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), cargos na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e uma secretária do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Charles explica que os parlamentares da legenda estão seguindo a decisão do senador e presidente do partido no estado, Otto Alencar (PSD), de rejeitar os cargos em troca de apoio irrestrito ao presidente da República.
“O PSD, ao longo 2019, votou quase todas pautas importantes para o país. Quase que 90% das pautas nós votamos com o governo, o que acabou ajudando o governo. Continuaremos votando o que é importante para o país, nada a troco de cargo, essa é a recomendação do presidente estadual, Otto Alencar, e não aceitaremos cargos e nem ministério em troca de apoio”, ressalta o deputado federal do PSD.
O senador Angelo Coronel (PSD), participou de uma live do programa A Tarde Conecta, na tarde desta quarta-feira ,29, e confirmou a sondagem do presidente Jair Bolsonaro ao partido e afirmou que a chance do PSD da Bahia fornecer apoio ao presidente da República é mínima. “É muito difícil o PSD da Bahia ir para base do presidente Bolsonaro. Numa escala de 1 a 10, colocaria 9,99, mas possa ser que escape alguém que tenha vontade de ir”, pondera Coronel.
Angelo explica que um dos motivos para o não alinhamento ao governo Bolsonaro é por causa de sua atitude de “perseguição” ao nordeste e a Bahia.
“Esse é um governo que não elegemos e que temos dúvida sobre seu sucesso. É um governo que persegue o nordeste, e, além de perseguir o nordeste como um todo, em especial, persegue a Bahia. Então, não podemos estar ao lado de um presidente que não gosta dos baianos e que não gosta dos nordestinos como um todo. O PSD da Bahia, é favas contadas, nós não haveremos de aderir ao presidente, ele pode oferecer cargos, já me ofereceram cargos, continuo sem os cargos e com a cabeça no lugar”, explica o senador do PSD baiano.
Nacionalmente, o presidente do partido, Gilberto Kassab, deverá fechar o apoio de alas do legenda ao presidente da República no Congresso Nacional; Em troca do controle da Funasa e cargos na Sudene e no MDR. Fonte: A Tarde

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