
da rua Belo Monte, a comerciante Izaltina Vera Cruz, 56, permitiu que ele fosse morar em uma casa de sua propriedade. Foi uma informação de Izaltina que fez a polícia descobrir a história que estava por trás daquele andarilho.
“Um dia ela foi servir um cuscuz para ele, que perguntou se ela trazia seu bolo de aniversário. Ela então anotou a data, que nos ajudou a chegar até ele”, contou o delegado, que imprimiu a foto que está no cadastro da polícia e levou até a comunidade.
“Todos confirmaram que se trata dele”, disse o delegado. Chamava atenção dos moradores da rua Belo Monte o sujeito sem-teto que gostava de ler Jorge Amado, William Shakespeare e Mario Vargas Llosa — este último autor de A Guerra do Fim do Mundo, sobre a batalha de Canudos. “Educadíssimo, uma pessoa distinta. Nunca pareceu um mendigo. Era um andarilho”, contou Izaltina, a Tininha, que lhe deu abrigo.
Ela afirma que, além da data de nascimento, o biólogo lhe fez outras confidências. “Disse que era diretor de uma instituição importante e que uma decepção fez ele fugir”. Até o momento, nenhum parente do biólogo procurou a polícia ou o IML de Euclides da Cunha, onde está seu corpo.
Em Canudos, Coralov se apresentava como Tarso Bandeira, segundo a polícia nome do seu avô. Ainda não se sabe a causa exata da morte. Acredita-se que Coralov morreu pelo abuso de álcool. Passou a beber este ano e foi encontrado morto após uma bebedeira.O CORREIO localizou um cunhado de Coralov, que viu a notícia no site O Diário de Mogi, único a divulgar o caso até agora. “Quase tenho um enfarte. O problema é que os únicos vivos da família sou eu e minha filha. Não temos condições de ir à Canudos”, disse Olímpio Dimitreva, 59.
CORREIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário