Por: Luiz Fernando Lima - 23 de Abril
O Palácio Luís Eduardo Magalhães, sede da Assembleia Legislativa da Bahia, permanece ocupado pelos professores estaduais em greve. Na manhã desta segunda-feira (23), diversos manifestantes falavam ao microfone com o intuito de não deixar “a chama se apagar”.
“Nós continuamos querendo o mesmo desde o início: o cumprimento, pelo governo do estado, do acordo. É preciso que o governador Jaques Wagner não venha com retaliação, tais como ameaça de cortes de salários. Não seremos intimidados nem mesmo pela polícia”, afirmou o primeiro secretário da APLB, Rui Oliveira.
O dirigente sindical insiste que “a ninguém interessa manter a greve. Nós não nos sentimos bem em deixar nossas famílias em casa enquanto dormimos no chão da Assembleia. Todo mundo está interessado em construir uma solução, mas não abriremos mão dos nossos direitos”, ressalta.
Oliveira não acredita que o governo esteja sem margem para pagar os 22% acordados em novembro passado. Ele reitera ainda que o projeto de lei que pode ser votada já nesta terça-feira (24) não atende às pautas de reivindicações e que, portanto, “a greve continua”.
Deputados
Vaiada na última semana em duas oportunidades, a deputada estadual Luiza Maia (PT) foi até os professores na galeria da Assembleia nesta segunda-feira (23). A parlamentar petista pegou o microfone e se colocou à disposição do movimento para tentar intermediar o conflito.
“Eu quero ajuda. Quero fazer a negociação. Se o governo diz que não tem condições de pagar, ele tem que provar e a gente vai pressionar a presidente Dilma Rousseff para que entre mais recursos”, discursou.
Apesar de considerar louvável a atitude da deputado, os professores não estão convencidos do poder de interferência da parlamentar no processo decisório. De acordo com uma dirigente, que não quis se identificar, o argumento da falta de recurso é fajuto, vez que o governo pode abrir caixa do Fundeb.
De mais, os professores consideram a representação parlamentar muito pouco produtiva. Segundo Rui Oliveira, os petistas estão omissos e os de direita não se identificam com as pautas da categoria.
Questionado sobre a bancada do PCdoB, partido em que é filiado, Oliveira revelou que nesta tarde haverá uma reunião entre os deputados e a direção estadual. “Mas se eles votarem a favor deste projeto que está ai vamos expô-los publicamente como todos os outros. Aqui estamos falando de movimento social e não de filiação partidária”, concluiu.
Foto: Gilberto Junior// Bocão News
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